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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

'Margaridas' viajam até um ano para participar de Marcha em Brasília

 

Maior manifestação das trabalhadores no campo, Marcha das Margaridas leva à capital federal camponesas dos lugares mais distantes do Brasil. Para honrar memória de sindicalista assassinada há 28 anos e reivindicar direitos, 'margaridas' enfrentam longas viagens de ônibus e falta de dinheiro. Resultado do esforço será conhecido nesta quarta-feira (17/08), com resposta do governo a reivindicações.

BRASÍLIA - Os seis quilômetros que separam o Parque da cidade de Brasília, área central da Marcha das Margaridas, e o Congresso Nacional não serão os mais difíceis que milhares de mulheres presentes à manifestação terão de percorrer nesta quarta-feira (17/08). Será até um passeio, para quem esteve na estrada por mais de um ano, participando de etapas preparatórias à jornada anual de lutas das camponesas brasileiras.

"Foi uma longa caminhada até o dia de hoje [terça-feira]. A gente conseguiu nosso objetivo, de trazer a caravana", diz Mercedes Panassol Demore, coordenadora de mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep).

Para conseguir viabilizar à ida à manifestação em longas viagens de ônibus e sobreviver durante um tempo longe de casa, mulheres de diversos estados tiveram de se virar e apelar à criatividade, para arrumar dinheiro

"Uma mulher me disse: 'eu tinha uma galinha e uma pata. Rifei a pata e consegui 70 reais'", conta Conceição Dantas, do Centro Feminista 8 de Março do Rio Grande do Norte, organização que faz parte da coordenação da Marcha Mundial de Mulheres.

"Para nós, é até dificil explicar como é importante esse processo. Porque é dar responsabilidade às mulheres de organizarem a sua vinda. Elas têm que conquistar isso. Se o seu grupo não consegue mobilizar e conscientizar as mulheres e buscar os recursos, elas não conseguem vir. Assim, transformam dificuldades pessoais em desafios coletivos", explica a potiguar.

Para construir essa mobilização, atividades regionais de formação, explicando a história e os objetivos da Marcha das Margaridas, foram realizadas nos 27 estados. Nem todas as mulheres envolvidas na preparação puderam ir à capital federal, no entanto. As 70 mil presentes, na estimativa da organização, são apenas a parte visível de um processo que tem raízes bem mais profundas.

"Nós começamos as discussões nos grupos de base, espalhados em pelo menos 20 municípios do Rio Grande do Norte, no dia 8 de março. Começamos a discutir quem viria para Brasília receber a resposta da presidenta [Dilma Rousseff] às reivindicações. E muitas manifestaram esse desejo", diz Conceição.

Dilma vai participar do encerramento da Marcha, no mesmo Parque da Cidade aonde as margaridas estarão de volta do “passeio” de seis quilômetros até o Congresso. Lá, Dilma e seus ministros devem anunciar o que, dentre as reivindicações do movimento, será possível atender.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18265

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